O dia em que acordei libanês

O dia em que acordei libanês As três horas da manhã a Alma não havia ainda dormido. Era o horário combinado para que elas me levassem à estação na cidade de Morges. Sem atrazo, pegamos o carro conduzido pela Sandrine. O trem partiria por volta das 4 horas da manhã rumo ao aeroporto de Genebra. A minha mulher e a minha filha esperaram um momento ao meu lado. Batemos fotografias; nossas, da bagagem, selfies, registrando o relógio da estação como testemunha. O que nunca foi costume acabei fazendo imediatamente : enviei as fotos à um punhado de pessoas que me prazem atraves de uma rede social. Elas voltaram para casa para dormir e o trem que já havia anunciado quatro minutos de atrazo se revelou ainda mais atrazado com a partida prevista para às 4h32 colocando assim minhas duas vizinhas de vagão em pânico. Acabamos divdindo um Huber afim de assegurar a nossa chegada no aeroporto à tempo. Carregando comigo uma maquina com quase um metro de comprimento e seus 18 kilos, eu estava ciente que deveria pagar por excesso de peso. Além da bagagem de mão, a outra mala a ser despachada pesava uns 15 kilos devido as barras de chocolate e roupas para a minha estadia. Com sorriso no rosto, o jovem funcionário da Turkish airlines me desejou boa viagem e nada me cobrou. Toda a tensão dos dias anteriores se espairaram. Deixei o passado para tras e soprei o futuro para frente. Estava no presente, e esse presente era representado por poltronas do avião com espaços exigüos, pelos tipos fisicos dos passageiros, pelas suas indumentárias. Istambul, eixo central de povos, de civilisações. A milenar Constantinople. Cidade de Constantino que para tantos fora Santo, berço do cristianismo cesaro papista e de suas mais diversas ramificações, correntes, dogmas e perseguições. E’, o cristão é o lobo do cristão, parodiando J-J Rousseau(??). Durante a preparação para a aterrisage do nosso aparelho, eu observava essa região do Bosforo, teatro de tantas batalhas e cobiças. Fico vislumbrado e a imaginar a capacidade dos homens a federar forças capazes de conquistar e de administrar esse enorme territorio da antiga Binzança que fora o Império Romano do Oriente. Suas fronteiras permeaveis e improváveis avançavam e recuavam em função de batalhas, de guerras, de invasões travadas contras os persas, árabes, e outros turcomanos apoiado pelos povos dos balcãos, isso durante mais de mil anos da sua longa existencia. Mil anos de arquivagem e preservação de tantos valores, de civilisações, de culturas que ligavam o ocidente ao oriente, a idade media e a antiguidade. Ouso crer que, longe de ter sido um conservatorio, um museu de presenvação estagnante de tais culturas, Bizança se mostrou em várias ocasiões da sua historiografia um modelo de tolerancia e de convivencia religiosa. O aeroporto de Estabul é um verdadeiro picadeiro. Cruzam se persongens amplamentes coloridos os quais, do alto da minha ignorancia sobre os povos e da minha pouca experiencia de viagens ao oriente, estimulam minha imaginação, alimentam a minha esperança de um mundo cuja humanidade não seja nivelado pelo « politicamente correto » e que o mundo ocidental não persista na sua decadencia, no seu achatamento de formas e de expressões de seus povos justificados pelo conforto material atingido e pela vontade de querer preserva-lo. Não me deixei desmoralisar com o copo de café com leite que se esvaziou do meu gogó ao umbigo por sobre minha bela camisa branca, isso, ha 5 minutos antes de eu embarcar para o trecho Istambul – Beirute. Troquei-a por uma camiseta que estava ao alcance da mão da minha valise. No avião eu preenchi o formulario de entrada no territorio libanes. Os detentores de passaportes de países europeus, incluindo a Suiça, solicitam o visto diretamente no aeroporto de Beirute na chegada. Durante as quases duas horas de viagem eu vim conversando com a Sarah, jovem senhora que estava voltando ao Libano para parir. Seu marido tinha ficado no Mali onde eles tocam um restaurante libanês. Eu fazendo minhas liçoes de árabe e ela me ajudando na pronuncia de certas palavras. Iriamos nos despedir no aeroporto não sem antes posarmos para uma selfie que ficara em sua posseção. A fila para os passageiros que solicitavam o visto era bem menor do que as outras. Chegando a minha vez, apresentei meu passaporte suiço ao jovem oficial que me atendia. Ele o folheou de cabo a rabo e me perguntou com seu francês tímido onde se encontrava o nome do meu pai. Sem muito compreender o sentido da sua pergunta, respondi que preenchi o nome dele no formulario. – Eu sei. mas em que documento esta escrito o nome dele como sendo o seu pai ? Indagou. Os passaportes suiços ou europeus, em regra geral não possuem este zelo de prover os nomes dos pais. Chamando o seu superior, que não se expressou em Françes, lingua oficial do Libano, mas em Inglês, este acabou me fazendo as mesmas perguntas que o seu subalterno. En breve, a parada foi resolvida da seguinte maneira : apresentarei no momento da minha saída do país o meu registro de nascimento que minha mulher ira me enviar. Perguntei ainda sobre o porque desta solicitação do nome do meu genitor. Enquanto eu verificava o carimbo com a autorisação para ficar até um mês, a sua resposta, laconica, rezava que era uma exigencia do governo. Meu primo irmão veio me buscar no aeroporto junto com seus dois filhos e nos dirigimos até sua casa onde fui acolhido pela sua jovem esposa. Somente mais tarde iria me encontrar com a irmã do meu primo, que é a minha prima també e que mora na Alemanha com quem sempre tive um bom relacionamento. O marido dela é meu chará pois também se chama Munir. Eles são libaneses que moram na Alemanha. Quando eu contei ao Munir, meu chará, a curiosa estória no aeroporto no momento de solicitar meu visto de entrada como turista, Munir me pediu para dar uma olhada no meu passaporte. Pegou, leu, averigou e me fez observar que eu não tinha recebido um visto de turista por 30 dias e sim, como ele e a sua esposa, uma autorização de transito, como acontece com os libaneses que vivem no exterior. Explicou que um visto de turismo se paga e que eu nada paguei, e que eu havia recebido o mesmo tratamento que recebe todo outro libanes. Meu pai deixou o Libano por volta do ano de 1951. A vida quiz que ele nunca pode retormar. Essa estória de eu ser libanes me confunde… uma historia de um retorno que aconteceu ha mais de uns 65 anos [/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][/et_pb_section]